O relatório anual “The Future of Jobs” do Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum) faz um mapeamento das habilidades e competências do futuro em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
O relatório é atualizado a cada dois anos e em 2020, a previsão foi que até 2025 a automação vai eliminar 85 milhões de empregos. Por outro lado, a nova divisão de trabalho entre máquinas, humanos e algoritmos vai criar 97 milhões de vagas de trabalho.
Por conta desse panorama, cerca de 50% de todos os trabalhadores vão precisar se requalificar nos próximos anos. Do mesmo modo, quem está entrando no mercado de trabalho também vai precisar investir em outras habilidades.
Na lista divulgada no Fórum estão as seguintes competências:
- Pensamento analítico;
- Aprendizagem ativa;
- Capacidade de resolver problemas complexos;
- Pensamento crítico;
- Criatividade.
Essas cinco características são consideradas fundamentais para quem deseja uma boa colocação no mercado de trabalho e com certeza vão impactar o desenho dos programas de trainee.
Entre essas as primeiras cinco habilidades tidas como primordiais, destacam-se três delas, que são: aprendizagem ativa, pensamento analítico e criatividade.
A aprendizagem ativa é quando você se coloca como protagonista de seu aprendizado e consegue se envolver de forma ativa na aquisição de conhecimento.
O pensamento analítico consiste em formar uma cadeia de explicação a partir da decomposição dos problemas em partes mais simples que facilitam a explicação e o encontro da solução.
Para desenvolver o pensamento analítico você deve criar o hábito de filtrar os dados do que é realmente importante para a resolução do problema e a partir daí pensar em caminhos simplificados para a sua resolução.
Já ser criativo é pensar fora da caixa, buscar inovação de pensamentos e se diferenciar dos concorrentes quebrando paradigmas. O profissional criativo se arrisca mais, além de buscar conhecer novas técnicas e aprimorá-las.
Após elas, o Fórum destaca também:
- Capacidade de liderar;
- Ser um influenciador;
- Capacidade de monitorar e usar tecnologia no trabalho;
- Resiliência – resistir a pressão, lidar com obstáculos e adaptar-se à mudanças;
- Raciocínio voltado à resolução.
As mudanças nos processos seletivos
Seguindo as perspectivas do Fórum Econômico Mundial, Consultora e Coach de Carreira Margareth Correia, percebeu na prática a mudança de exigências de competências em processos seletivos de 2019 e 2020.
“Em 2020 percebi mais uma questão voltada para a capacidade analítica, está muito evidente até esse raciocínio lógico e também no foco no digital, mesmo porque as empresas estão buscando mais esse desenvolvimento voltado para a inovação e indústria 4.0. Então todas essas características de mudança ágil, de forma estruturada e capacidade analítica se tornam um diferencial”, destacou.
Em termos de comportamento pessoal, a coach destacou a maturidade como um diferencial.
“A maturidade está relacionada como o profissional lida sob pressão, como trabalha em equipe, se possui características como resiliência interna e flexibilidade, por exemplo. E, o mais importante, como essas características serão aplicadas frente aos problemas de mercado”, explica Margareth.
Como desenvolver as características que o mercado está buscando?
Competências são o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que vão demonstrar o desempenho do profissional a partir de comportamentos específicos, podendo ser analisadas de forma separada ou a partir de contextos específicos.
As competências comportamentais são chamadas e soft skills e as técnicas hard skills (currículo). Para conseguir a vaga dos seus sonhos, o foco deve ser no desenvolvimento das soft skills.
O recrutamento por competência tem sido preferido nos processos de seleção. Isso porque garante a contratação de perfis que sejam mais alinhados com as vagas disponíveis e a cultura da empresa.
O processo seletivo com base nas competências permite que a empresa faça uma contratação com melhor performance, gaste menos tempo com treinamentos e diminua a rotatividade de cargos. Nos processos de trainee, é comum que após o fim do Programa, os trainees sejam alocados para cargos de liderança.
Este tipo de recrutamento busca investigar comportamentos recorrentes em candidatos, como por exemplo, como eles se portaram em desafios profissionais anteriores.
A seguir, listamos alguns pontos que podem fazer com que você desenvolva suas competências comportamentais e arrase nos processos seletivos. Confira:
1. Construa um plano personalizado da aprovação
Este plano deve ser composto por etapas e metas a serem cumpridas em curto, longo e médio prazo.
Nele, você vai identificar o que precisa aprimorar e buscar os meios adequados para isso, seja a partir de mentorias, coaching, vivência e grupos de networking.
2. Aprenda com a experiência dos outros
Ter como espelho profissionais experientes e bem-sucedidos é seguir uma fórmula que teve sucesso. É claro que nesse processo você vai adaptando aquilo que lhe cabe e tem a ver com a sua personalidade para moldar seu perfil de competências profissionais.
Ler livros, assistir palestras e workshops e escutar podcasts são meios de conhecer novas experiências e ampliar sua visão de mundo.
3. Autoconhecimento
Se conhecer a fundo permite identificar e desenvolver suas competências tanto técnicas quanto comportamentais e, a partir daí, se tornar agente do processo de desenvolvimento e crescimento profissional.
O autoconhecimento vai permitir que você tenha segurança na hora de alinhar seus objetivos e valores individuais com os aquilo que a organização está buscando.