A presença das mulheres no mercado de trabalho é uma discussão que já vem de longe. Por séculos a mulher foi vista como cuidadora do lar, enquanto o homem que deveria trabalhar para o sustento da família. Contudo, esse panorama começou a mudar por conta de diversos contextos como o advento da industrialização e das guerras.
Mesmo que estejam presentes em grande número no mercado de trabalho, ainda não se conseguiu alcançar a equidade de gênero, seja nos cargos ou salários. O caminho é longo, mas já vemos ações voltadas para este sentido.
Para que as mudanças sejam efetivas, é preciso que as empresas se convençam de que necessitam ter um maior número de mulheres não somente em seu quadro de funcionários, mas em cargos de gerência e diretoria e a partir dessa consciência traçar uma estratégia para que essas transições sejam implementadas.
Neste sentido, a recomendação é que os processos de seleção para Trainee não apenas devem ser igualitários, como também devem ter preferência por mulheres caso elas tenham as mesmas habilidades e formações de candidatos homens que também estejam concorrendo à mesma vaga. Isso não seria uma cota, já que as qualificações devem ser avaliadas entre os dois gêneros.
Para que isso ocorra, a empresa precisa comunicar e deixar claro seus valores e comportamentos desejáveis tanto para seu público interno quanto externo. Isto é, a instituição precisa ter essa estratégia consolidada para seus colaboradores e para aqueles que almejam entrar para o time.
Mulheres e Programas Trainee: cada vez mais empresas lançam vagas afirmativas
Atualmente, percebemos uma tendência das empresas em lançar processos seletivos afirmativos. Esses Programas são importantes para a equidade, porque ajudam a combater a desigualdade de gênero no mercado de trabalho e também é uma forma de incluir mais mulheres em posições de liderança de grandes empresas.
Infelizmente, muitas mulheres ainda enfrentam barreiras e preconceitos ao tentar avançar em suas carreiras, e um Programa Trainee pode oferecer oportunidades valiosas para que as mulheres desenvolvam suas habilidades, adquiram experiência e estabeleçam redes de contatos.
Além disso, esses Programas têm como característica oferecer treinamentos específicos e orientação profissional, o que pode ajudar as mulheres a superar obstáculos e avançar em suas carreiras.
Essencialmente, eles também podem ajudar a aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança, o que é imprescindível para que as empresas sejam mais inclusivas e diversificadas.
Os Programas Trainee com vagas específica para mulheres também podem ajudar a criar um ambiente mais inclusivo e acolhedor para as mulheres no local de trabalho. Ao fornecer apoio e recursos específicos para as mulheres, esses programas podem ajudar a promover uma cultura de igualdade de gênero e a atrair e reter talentos femininos.
Neste sentido, processos seletivos com vagas afirmativas são importantes porque podem ajudar a combater a desigualdade de gênero, promover a diversidade e inclusão nas empresas e fornecer oportunidades valiosas de desenvolvimento de carreira para as mulheres.
Confira uma lista de empresas que lançaram Programas Trainee exclusivo para mulheres:
Gerdau;
Engie – Vagas para engenheiras;
Track GM – General Motors;
Cogna Educação;
Trane Tecnologies;
Marisa;
Ebanx – Eclusivo para mulheres negras.
Mulheres e cargos de liderança
Dispor programas que apoiem responsabilidades sociais e ter uma liderança comprometida com a diversidade e igualdade de gênero são, certamente, algumas das principais medidas para que talentos femininos cheguem a cargos de liderança das empresas.
De acordo com um estudo realizado pelo ZRG Brasil, que é uma empresa global de Executive Search e consultoria em lideranças, a tendência é o mercado esteja mais aberto às mulheres.
Os dados colhidos apontam o aumento de 50% na participação de mulheres nos conselhos de administração, o que é uma constatação de que há a intenção de ampliar o número de mulheres em cargos de diretoria.
Uma pesquisa do International Business Report de Grant Thornton revelou que as mulheres ocupam 38% dos cargos de liderança sênior nas empresas brasileiras. Este número revela que nosso país está acima da média global. Contudo, apesar disso, o ponto negativo é que os salários são menores.
A empresa de recrutamento online, Catho, fez um levantamento que constatou que mulheres chegam a ganhar até 34% menos que homens. Já em funções como gerente e diretor, elas chegam a ganhar 24% menos que os homens, por exemplo.O estudo apontou ainda que a remuneração também é desigual em todos os níveis de escolaridade.
O estudo revelou ainda mesmo com maior grau de escolaridade, as mulheres ganham menos que homens. 30% das mulheres possuem nível superior e pós-graduação, enquanto homens são 24%. Mesmo assim, eles podem chegar a ganhar até 52% a mais que elas exercendo uma mesma função.
Por este motivo, é essencial que haja vagas com destinação especifica para mulheres, pois também é uma forma de garantir a igualdade de salários, o que deve ser baseado pela competência e preparo dos profissionais de não pelo gênero.