“A chave do sucesso nos negócios é perceber para onde o mundo se dirige e chegar ali primeiro” – Bill Gates
Para muitos, o futuro é a posteridade no tempo ou espaço, o que significa dizer que nossa própria existência seria derivada de forças capazes de nos mover para frente.
Em contrapartida, ainda que para alguns o futuro seja uma realidade distante, a relatividade do tempo e suas inventividades apontam para um futuro que, de fato, já vem acontecendo, assim como muitas das suas implicações.
A velocidade com que a próxima década se aproxima de nós e, para aqueles que escolheram se adiantar às previsões dos avanços tecnológicos e comportamentais disruptivos, permitem acessar mais rapidamente o que muitos acreditam ser o futurismo dos filmes científicos.
Assim configuram-se as Megatrends, ou Megatendências, que, ao que tudo indica, irão revolucionar indústrias tradicionais, reconfigurando a criação dos negócios e dos desafios da contemporaneidade, como aqueles deixados pela inesperada pandemia do Coronavírus – com destaque para a longevidade humana, a economia inteligente e a colaboração entre humanos e a inteligência artificial.
Nesse ponto da leitura é normal que você esteja questionando a quem se destina o papel de desbravador dos terrenos inóspitos, o que me faz alertar para o spoiler: é exatamente aqui que as principais lideranças e suas equipes têm a importante missão de enxergar para além das consequências imediatas da tecnologia e da crise e, assim, apoderar-se das grandes oportunidades de negócios. Ou seja, é você que precisa estar de olho no que virá a seguir.
Vejamos o exemplo dos EUA, potência mundial onde mais de 6 milhões de novas empresas são lançadas anualmente. Quando falamos em Brasil, somente no primeiro semestre de 2018, os números registraram 1,2 milhões de novas empresas, segundo dados do Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas, responsável pela maior base de dados da América Latina e líder em serviços de informação.
São empresas que internalizam desde diferentes dispositivos de software a conceitos inovadores e até novas culturas organizacionais como resultado de um cenário inédito, capaz de transformar lideranças e liderados, assim como as principais skills do mercado corporativo.
Quais são as mudanças que sustentam o surgimento das “megatrends”
Para ilustrar as grandes mudanças que desafiam empresas, e também a economia, a PWC – uma das quatro maiores consultorias e auditorias do mundo – agrupou suas ideias sobre o tema para demonstrar como as megatendências se comportam como poderosos arranjos capazes de influenciar os dias de hoje e as próximas décadas. São elas:
- Deslocamento do poder econômico global;
- Mudanças demográficas e sociais;
- Urbanização acelerada;
- Avanços tecnológicos e mudanças climáticas;
- Escassez de recursos;
Ainda sob a ótica da consultoria, essas mudanças são preocupantes porque, em geral, representam grandes oportunidades ou riscos no modo como as empresas interagem com seus clientes, já que são responsáveis por criar forças transformadoras e, ainda, oportunidades de inovação e criatividade.
As perguntas que ficam são:
O que os líderes e tomadores de decisões podem fazer para prosperar no futuro já na próxima década?
Como a conectividade entre pessoas e a velocidade tecnológica do Big Bang Digital podem ajudar desenvolver novas habilidades naqueles que buscam o seu lugar em meio às mudanças e o aumento do desemprego na crise do Coronavírus?
#1. Cultura de Inovação
Promover práticas catalisadoras dentro da organização é o primeiro passo para dar espaço à diversidade de ideias. A começar pela liderança.
Para tanto, é preciso garantir que a inovação alcance todas as áreas, transformando erros em oportunidades e melhorias, além de romper padrões ultrapassados, garantindo abertura para que todos colaboradores possam se arriscar, errar e, acima de tudo, contribuir para a otimização de processos internos, já que a cultura de inovação representa 25,9% do faturamento da indústria no Brasil (segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA – realizado com mais de 72 mil empresas).
Os mesmos efeitos podem ser vistos lá fora. A Cisco, companhia transnacional estadunidense líder mundial em TI e redes de comunicação, incentiva a cultura de inovação por meio de diversos programas, dos quais se destaca a competição anual em que os colaboradores podem “investir” tokens nas melhores ideias, o que já rendeu à empresa sete provas de conceito e oito patentes.
#2. Liderança Exponencial
Como dito acima, a cultura de inovação está baseada em uma gestão estruturada, onde a figura da liderança exponencial exerce papel fundamental de acolhimento e incentivo às ideias inovadoras do time.
Razão pela qual gestores se tornam um dos principais agentes disruptivos da nova era, com a missão de potencializar as transformações tecnológicas derivadas da quarta revolução industrial. Além de defender uma visão do futuro dos negócios, a cultura organizacional deve fortalecer também a adaptabilidade e a agilidade dos seus.
#3. Colaboração e cocriação
No artigo Se você não entende de pessoas, você não entende de negócios.” – O que um líder precisa saber sobre empatia, o segundo dos seis textos que compõem a série Ferramentas de Colaboração (publicada aqui no meu perfil), abordo de forma mais aprofundada o fato dos humanos se tornarem sujeitos indispensáveis na era da escalada das máquinas graças à sua capacidade intrínseca de pensar, perguntar, negociar, solidarizar, sentir, amar.
Isso porque a empatia é, antes de tudo, uma percepção social. Uma conexão entre pessoas que possibilita o futuro da inovação através do cultivo de habilidades como a sensibilidade, a emoção e a colaboração.
#4. Empresas clientocêntricas
Até parece coisa de outro mundo, mas como o próprio nome indica, o propósito das empresas clientocêntricas vem justamente do movimento de reposicionar o cliente como eixo central dos negócios.
Significa, entre outras coisas, levar em conta suas reais necessidades, dando a ele o que, de fato, precisa e não aquilo que é considerado importante na visão da empresa (o que nem sempre é um sentimento compatível).
E para que isso possa se concretizar, é preciso que elas não apenas vendam um produto, mas que conheçam mais a fundo seu cliente, usando o mapeamento de jornada, identificando suas necessidades e transformando, de modo geral, a gestão estratégica, a comunicação e o relacionamento com o usuário. Ou seja, a máxima “o cliente tem sempre razão”.
#5. Tecnologias Exponenciais (Big Data, IoT, Impressora 3D)
É verdade que grandes saltos evolutivos estão sendo dados no mundo todo, incluindo as novas e imperiosas forças tecnológicas de desenvolvimento acelerado.
Com um imenso potencial de influenciar e impactar vidas, as tecnologias exponenciais são, hoje, responsáveis por manter os trabalhos de forma remota durante o isolamento social, criar indústrias completamente novas ou mesmo afetar drasticamente aquelas que já existem.
Além do mais, as empresas podem utilizá-las para explorar as possíveis reações do público aos produtos e serviços lançados, entendendo de forma mais precisa os hábitos de consumo que impactam diretamente a tomada de decisão de seus clientes, assim como para analisar os riscos e gerar a conexão entre diversos dispositivos: a Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Big Data, Ciência de dados e outras.
#6. Hiperglobalização e hiperconectividade
Em um mundo cada vez mais interconectado e disruptivo, as possibilidades são infinitas, especialmente às empresas que não se contentam em permanecer apenas nos lugares e tempo presentes, como temos sido forçados a fazer diante da quarentena.
A velocidade do desenvolvimento tecnológico possibilitou e possibilitará ainda mais a larga expansão das startups, dos produtos disponíveis em escala global, dos ecossistemas digitais entre empresas parceiras e de profundos efeitos sobre a forma como vivemos desde que a Internet das Coisas tem alimentado estratégias e a conectividade global entre empresas, comércios e políticas econômicas do mundo todo.
Vale dizer, tudo isso a baixo custo e com implantação de outras infinidades de redes globais de satélites, como OneWeb, Starlink e a velocidade 5G.
#7. Gamificação
Para parte das grandes empresas, adiantadas pelo boom inovador dos últimos anos, a gamificação pode não ser vista com olhos de curiosidade. Mas para aqueles que procuram por uma ferramenta moderna e dinâmica de liderança, capaz de promover o aprendizado e o engajamento do time, é preciso conhecer um pouco mais essa trend.
Como o próprio nome sugere, gamificar é usar das mesmas regras e dinâmicas dos jogos para estimular o aprendizado e/ou engajamento da equipe, através de simulações e cenários hipotéticos que permitem testar a capacidade de liderança na prática: Feedbacks rápidos que geram maior segurança a toda equipe e ampliação das habilidades de liderança como tomada de decisões sob pressão e o nível de persistência diante das dificuldades.
#8. Comunicação integrada: “omnicanal” e “touchpoints”
Outra forte tendência para os próximos anos é a integração das informações e comunicação das marcas e empresas, compatibilizadas por meio de omnichannel ou omnicanal. Os multicanais possibilitam um alcance profuso e com superioridade do número de ouvintes.
Já os touchpoints estão relacionados aos “pontos de contato” e interação entre o usuário e empresas no âmbito digital — a partir do início da jornada até o momento da decisão de compra.
#9. Gestão da felicidade
Em um mundo de habilidades facilmente mensuráveis – quando o assunto é contratação e retenção de talentos -, as aptidões técnicas estão tornando-se secundárias, ao passo que as softs skills são apreciadas hoje como grandes diferenciais e estão relacionadas à capacidade de interagir com o outro pela interiorização da inteligência emocional.
É por essa razão que a gestão da felicidade tem sido encarada como o alicerce das novas relações corporativas. A convivência harmônica e feliz no ambiente de trabalho é peça-chave quando falamos de profissionais acima da média e que procuram inter-relacionar-se utilizando um tom mais humanista.
Para ser destaque no progresso futurístico e robótico, é preciso esquecer os processos computadorizados e lapidar a mais primitiva das habilidades de sobrevivência: a empatia.
#10. Design como ferramenta de humanização
Imposições, ameaças ou qualquer outro tipo de comando autoritário devem ser revistos e desacreditados pelas novas lideranças.
Não apenas como forma de reciclar valores tradicionais – tidos até pouco tempo como persuadíveis – mas, sim, porque podem e devem ser substituídos por habilidades socialmente mais inteligentes como o caso da comunicação eficaz, empatia e o pensamento criativo.
A liderança pela figura dos CEOs (Chief Executive Officer) muito em breve será substituída pelos DEOs (Designer Executive Officer), que utilizam o design como fator central da humanização das tecnologias e o intercâmbio cultural e econômico da globalização para guiar seus passos.
Os novos DEOs são caracterizados como agentes que encorajam e promovem mudanças através de novos padrões e pensamentos. É por isso que assumem riscos como um recurso indispensável para a experimentação e aprendizado.
Entretanto, ainda que sejam mais aptos a provocar disrupturas, os DEOs também enxergam sistemas e a interconectividade do mundo globalizado como um mecanismo para assumir o risco de forma mais consciente. Até por isso que habilidades perceptivas e observacionais serão a bola da vez. Para os DEOs, a tomada de decisões intuitivas não impedem a análise racional ou lógica, embasada por números e dados.
Confira a tabela Líderes do Futuro desenvolvida pela Deloitte, uma das maiores empresas de soluções de consultoria, que combina competências multidisciplinares em estratégia, processos, tecnologia e capital humano das lideranças tradicionais e contemporâneas em novos contextos:
Aos líderes que tomarem para si esse grande desafio, caberá a coragem para assumir riscos, desafiar o novo e estar aberto às mudanças, confiando que a ponte entre o presente e o futuro é feita para ser atravessada. Por isso, avante, meus amigos!
Ainda pegando carona nessa cauda de cometa, tenho estudado muito o Relatório de Desenvolvimento Mundial 2019. Nele, o Banco Mundial, seu autor e o maior e mais conhecido banco de desenvolvimento do mundo, aposta em 7 perguntas centrais que tratam justamente das mudanças perturbadoras da nova natureza do trabalho como resultado dos avanços das tecnologias e o medo de que os robôs e profissões antes incomuns tirem o emprego das pessoas.
A mesma discussão que vem dominando os jornais, redes sociais e previsões do mundo todo nas últimas semanas. Qual será o futuro do trabalho no pós crise Coronavírus? Como podemos preparar melhor as pessoas que estão inseridas no contexto do atual mercado de trabalho?
Se a tecnologia traz oportunidades, abrindo caminho para criar novos empregos, aumentar a produtividade e fornecer serviços públicos mais eficazes significa que as empresas também podem crescer rapidamente graças à transformação digital, expandindo seus limites e reformulando os padrões tradicionais de produção.
Ainda segundo o relatório, essas mudanças e o crescimento das empresas de plataforma digital demonstram como os efeitos tecnológicos atingem mais pessoas do que nunca e que o investimento em capital humano deve ser encarado como uma necessidade para desenvolver novas habilidades de quem busca o seu lugar em meio às mudanças e o aumento do desemprego.
Como especialista em inovação, transformação de negócios, gestão de pessoas e liderança, isso faz parte do meu trabalho há anos. Então decidi trazer para perto de mim (virtualmente, é claro! rs), um grupo de amigos e também especialistas de diferentes áreas para colaborar de forma mais detalhada sobre os caminhos a serem seguidos por quem pretende entrar no mercado dessas que serão as grandes oportunidades no campo profissional.
Mais uma vez, a minha proposta é escrever e publicar, aqui no Linkedin, artigos exclusivos em uma série inédita e colaborativa sobre profissões que estarão em alta no futuro que já está acontecendo.
Preparado para descobrir “Sua nova profissão”? Segundo o Fórum Econômico Mundial, em seu artigo “Jobs of Tomorrow” de Janeiro deste ano, 7 setores são os que apresentaram maior crescimento entre 2020 e 2022. Essa lista foi divulgada em Janeiro de 2020, portanto, é algo que ficará ainda mais forte no pós crise. Vamos à lista:
- Análise de dados e Inteligência Artificial
- Engenharia da computação e Computação na Nuvem (Cloud)
- Pessoas e cultura
- Desenvolvimento de produtos
- Conteúdo de Marketing e Vendas
- Eonomia verde (sustentabilidade)
- Economia do Cuidado e saúde
Além da série inédita de artigos, trago mais uma novidade fantástica que tem me deixado muito empolgado e acredito que vá deixá-lo também. A partir de hoje, você pode fazer parte do grupo de WhatsApp “Profissionais do Futuro”, uma comunidade criada especialmente para os meus leitores e fiéis seguidores que poderão manter contato direto comigo e com pessoas interessadas em se unir para compartilhar conhecimento, além de receber, em primeira mão, os links dos conteúdos produzidos e publicados aqui no meu perfil do LinkedIn e das minhas redes sociais.
Lá iremos divulgar nossa agenda de Lives com especialistas das áreas acima, sobre como desenvolver as habilidades necessárias para atuar nesses Setores que falamos e quero analisá-los, um a um.
Fiz a masterclass com o Adriano Lima, partner do Banco Neon e ex-VP de RH do Banco Itaú, Safra, DASA e Mastercard (se perdeu esse encontro, clique aqui para assistir).
A próxima live já tem data e horário e vamos conversar um pouquinho sobre como e onde aprender as habilidades para se tornar um profissional da área de computação e cloud, com dois convidados especialíssimos, o Chief Technology Officer da Ambev, Eduardo Horai, e a Sales Representative da Amazon Web Services, Isabela Furlan. Quer saber quando essa live vai acontecer (apenas 100 vagas para interação)? Então acesse o nosso grupo do WhatsApp.
Junte-se a nós e participe da criação do conteúdo das minhas lives mandando sugestões, dúvidas e críticas. Acesse: https://chat.whatsapp.com/LrXIh089KVcBa9WSoX7hab
Te espero lá! Hey ho, let’s grow!
João Marcelo Furlan
CEO e Fundador da Enora Leaders. Autor do conceito e livro FLAPS! Liderança AdaptÁgil.
Formado em “Futurismo e Organizações Exponenciais” pela Singularity University e “Design de Mudanças” pelo IDEO. Mentor de Startups na Ace e membro do Board of Advisors (CEA) do Insper, desde 2011. Confundador da HyperXP.