Conheça as principais habilidades que os profissionais precisam desenvolver para o futuro do trabalho, segundo o Fórum Econômico Mundial
A pandemia acentuou a necessidade das empresas e dos profissionais em desenvolver novas habilidades para sobreviverem em cenários de incerteza. É fato que precisamos caminhar em direção à redução dos danos gerados pelo Coronavírus e estimular um renascimento de mercado, adaptado às condições atuais.
No entanto, é importante haver a clareza de que esse papel não é só dos líderes e CEO’s, mas de todos os profissionais. Afinal, o sucesso de uma empresa só existe quando o todo o coletivo investe em melhorar sua performance.
Conheça as 10 principais habilidades que os profissionais precisam desenvolver para o futuro do trabalho, de acordo com o Fórum Econômico Mundial:
1. Resolução de problemas complexos
De acordo com o relatório do Fórum, nos próximos quatro anos, 36% das atividades em todos os setores da economia deverão exigir habilidades para solução de problemas complexos.
O desafio é que, com a internet as respostas que procuramos, normalmente, estão a um clique de distância e tudo é entregue de forma pronta. Sendo assim, estamos nos afastando da capacidade de refletir. Pensar se tornou algo “complicado” e uma “perda de tempo”.
Como resultado dessa mudança de hábito, o mercado está sofrendo com a escassez de talentos que possuam pensamento analítico para resolver desafios complexos.
Para manter a sua carreira relevante, invista nessa habilidade. Ao se deparar com um desafio, aprofunde seu olhar em busca de soluções. Saia do óbvio. Reflita, revise e se necessário, comece tudo de novo.
2. Pensamento Crítico
Nessa habilidade, o diferencial é saber questionar com eficiência. Afinal, para encontrar respostas, primeiro, devem ser feitas as perguntas certas.
Porque esse projeto não está funcionado? Como esse modelo de gestão pode ser mais eficiente? Que ferramentas podem ser utilizadas para otimizar os resultados dessa ação?
A dúvida nos mantém paralisados, mas o questionamento nos move em direção a novas soluções. Fortaleça essa habilidade revisando a forma como você trabalha e questione a sua rotina de execução de tarefas. Certamente você irá encontrar pontos frágeis que podem ser aprimorados.
3. Criatividade
A união das duas habilidades citadas acima, constroem a criatividade. A criatividade nasce da curiosidade. Quando renunciamos “saber tudo”, ganhamos a oportunidade de aprender algo novo.
Sendo assim, invista em novos estudos e hábitos e, permita-se conversar com pessoas diferentes das quais você está acostumado. Conhecer novas formas de pensamento irá ampliar sua capacidade de visão.
4. Gestão de pessoas
Mesmo diante do intenso crescimento tecnológico dentro das organizações, é o fator humano que nos motiva a sermos melhor a cada dia. Seja você um líder ou um liderado, todos podem influenciar o ambiente em que vivem.
A humanização é uma tendência já em aplicação, mas que recebeu ainda mais relevância durante o isolamento social. O mercado precisa de pessoas que se importem umas com as outras, que tenham uma comunicação gentil e assertiva, mas que também apresentem atitudes coerentes ao seu discurso.
A transparência nas relações possibilita a construção de uma Cultura de Confiança – o que é fundamental para criar ambientes propícios à inovação e a criatividade.
5. Autogestão e pensamento coletivo
Para lidar com cenários que exigem respostas rápidas, é importante que os profissionais tenham capacidade de autogestão. Isso significa não ser dependente de comandos externos para agir em direção a uma solução.
Ou seja, ser comprometido com os resultados da empresa, dando o melhor de si em prol do coletivo. Os líderes podem apoiar essa habilidade nos colaboradores oferecendo ambientes que fomentem a autonomia e aplicam modelos de gestão ágeis.
6. Inteligência Emocional
Saber lidar com as próprias emoções em situações de pressão extrema é um fator primordial dentro do cenário atual. O que não quer dizer ter que fingir que está tudo bem, mesmo que tudo ao redor pareça um caos.
O autoconhecimento é a chave-mestra dessa habilidade. Através de práticas de autodesenvolvimento emocional, o profissional pode perceber quais são seus pontos frágeis e aprender a gerir suas emoções com mais eficiência.
Existem milhares de formas para desenvolver essa capacidade: psicoterapia, coaching, meditação, yoga, capacitações em inteligência emocional.
Em tempos de retração econômica, talvez você se questione: eu não tenho dinheiro para isso agora!
Sabia que existem grupos de psicólogos atendendo a preços populares? Além disso, há muitos cursos, palestras e conteúdos sobre o tema disponíveis gratuitamente na internet.
Outra possibilidade, são os aplicativos de celular para a saúde mental, meditação ou Yoga, também gratuitos.
Pesquise as possibilidades e invista na que se encaixar melhor com o seu perfil.
7. Capacidade de julgamento e de tomada de decisões
A tomada de decisões faz parte da rotina da maioria dos profissionais. No entanto, para se chegar a uma escolha, primeiro, há um julgamento sobre o tema que está em pauta.
Para que as decisões sejam assertivas, é necessário atenção plena. O profissional deve agir, ao invés de reagir – o que geralmente está baseado em ansiedade e atrapalha o discernimento correto.
O julgamento é baseado em crenças. Logo, se você busca soluções inovadoras, é fundamental que haja uma revisão constante sobre a sua forma de pensar e enxergar seu trabalho e o mundo.
Invista em atividades que estimulem seu poder de concentração e em conteúdos que te façam pensar além do que você já conhece. Indico as palestras do TED, disponíveis gratuitamente na internet.
8. Orientação para servir
Como posso servir hoje? Essa é uma ótima pergunta para se fazer todos os dias. Essa habilidade está ligada a sua capacidade de colocar seus melhores talentos à disposição do bem-estar coletivo.
Dessa forma, a criatividade e a inovação são ativadas, gerando benefícios para a empresa e os clientes. A sensação de ser útil e importante também irá elevar a sua autoestima, gerando bem-estar e auto realização.
9. Negociação
Relacionar-se com pessoas é um constante negociar. Por isso, habilidades de negociação e conciliação de diferenças são importantes para todos os profissionais.
Invista em estudos que desenvolvam sua capacidade de oratória, argumentação e de gerar conexões pessoais (influência). Além disso, lembre-se de se manter atualizado sobre as tendências de negócio da sua área de atuação.
10. Flexibilidade cognitiva
A flexibilidade cognitiva nada mais é que a nossa capacidade de nos mantermos adaptáveis. Ou seja, modelos de pensamento engessado não combinam com a realidade que as empresas precisam construir para atravessarem esse período de instabilidade.
Para desenvolver essa habilidade, abra mão do medo de mudar e entregue-se a humildade de não precisar saber tudo a todo momento.
Nenhuma das habilidades apresentadas acima podem ser aplicadas com sucesso sem que haja uma reforma íntima. Não é mais uma questão de decorar um novo conhecimento.
O momento pede por mudanças verdadeiras. Precisamos de profissionais corajosos e resilientes para atravessar esse momento com maestria.
Vamos juntos! Boa jornada.
Sofia Esteves
Presidente do Conselho do Grupo de Talentos, Colunista Exame e Valor Econômico.